“Conhecer para amar, Amar para proteger”
Eis o lema que faz com que a Tiniguena organize, já lá vão 20 anos, visitas de estudos de alunos da capital a sítios do património natural e cultural nacional, a fim de descobrirem as riquezas e belezas naturais e culturais da Guiné-Bissau. Este ano, o destino foi a Área Marinha Protegida Comunitária das Ilhas Urok, parte do Arquipélago dos Bijagós. Durante 5 dias (3 e 7 de Abril), 15 alunos do Liceu João XXIII e da Escola Portuguesa de Bissau tiveram a oportunidade de conhecer as ilhas Urok (Formosa, Nago e Chediã).
Durante a sua estadia, recantos, segredos e saberes da rica biodiversidade das Ilhas Urok foram desvendados; ensinamentos preciosos da cultura dos Bijagós foram transmitidos aos jovens visitantes; assim como os esforços que vêm sendo realizados por várias organizações, entre as quais a Tiniguena e o IBAP, para proteger e valorizar o património natural e cultural que a AMPC Urok abriga.
Esta visita contou com apoio técnico e pedagógico dado por um biólogo sénior da UICN, com mais de 30 anos de experiência na Guiné-Bissau, que foi coadjuvado por um biólogo júnior membro da Geração Nova da Tiniguena, que tinha participado na 1ª visita de estudos à ilha Formosa, feita no ano 2000. Ambos transmitiram aos visitantes conhecimentos importantes nas áreas da biologia e da ecologia, numa verdadeira aula de educação ambiental.
O processo de aprendizado também teve um outro enfoque: o do saber local. Através de conversas com a população local, os alunos puderam ter percepções diferentes sobre os mesmos assuntos abordados com os técnicos. Mas, em muitas situações, as explicações dadas por uns e outros foram coincidentes ou complementares, demonstrando a necessidade de se associar a dimensão cultural à educação ambiental no processo de transmissão do legado às novas gerações.
As conversas tidas com os guias locais e outros elementos da população permitiram ainda aos jovens visitantes ficar a par das dinâmicas sociais e económicas em curso nas ilhas Urok. Os alunos visitaram e puderam conhecer várias atividades de desenvolvimento promovidas no sentido de contribuir para a melhoria do quadro de vida dos residentes, destacando-se o apoio dado à educação e à valorização socioeconómica dos produtos da biodiversidade.
No fim da sua estadia, os jovens participantes manifestaram a sua imensa alegria em terem tomado parte numa visita a um lugar excecional como Urok, e que, a seu ver, foi intensa em todos os sentidos, bem animada e rica em ensinamentos.
A visita de estudos à AMPC Urok foi financiada no quadro do projeto Biocos, implementado pela Tiniguena e pelo IBAP, com apoio técnico da FIBA e financiamento do FFEM.